sexta-feira, 29 de maio de 2009

UMA BREVE RETROSPECTIVA DE MAIO

Ontem tivemos mais um mês findado com o Projeto Matriz.
As tarefas são sempre árduas e tensas. Cada produção é uma nova expectativa e mais um limite a ser superado.
Com as Pré-Seletivas, estamos realizando cerca de 30 shows num mês e o excesso de e-mails, lists, cronogramas, parecem emendar os dias nas noites, um dia no outro. Maio pareceu não ter fim.

Para o encerramento do mês, um projeto inédito - workshow de engenharia de som.
Convidei para esta missão, Eduardo Martins que não fosse meu amigo pessoal, talvez não teria sido possível a realização desta apresentação técnica. O custo de um profissonal, engenheiro de som, é calculado por hora, ou por show - um primeiro entrave para projetos que não têm grana, patrocínios. Mas as parcerias se fazem à partir daí - solidez, seriedade e competência. Nossa amizade é conseqüencia...

Apesar de termos conversado com um mês de antecedência e, pelo projeto estar tão nítido na minha idéia, achei que tivesse explicitado bem os resultados que esperávamos obter no work-show. Mas, três horas antes do projeto iniciar, me encontrei com Dudu para pontuar a programação que seria esperada para aquela noite. Bom, o assustei. Três shows, estilos diferentes, dentro do Matriz...
Fomos pro Matriz juntos. Chegamos às 8 da noite. Ligamos os aparelhos, mesa, amplificadores, mixers para que mapeássemos as ligações e conexões. Ainda que ele conhecesse o equipamento de alguns anos atrás, quando com Junkbox, sabíamos que alguma coisa poderia estar mudada e era melhor chegar mais cedo.
O "alguma coisa" se transformaria em "muita coisa" naquela noite. Assim que ele pediu pra regular e frequenciar a mesa à partir de um CD, eis que o CD não fala. Sim, o aparelho estava funcionando, mas o som não chegava. O problema era bastante grave... os PA´s estavam queimados.
Do lado esquerdo, graves e médios funcionavam. Do lado direito, somente os graves. Não era mais um work-show de engenharia de som. Era uma demonstração de mágica, ilusionismo sonográfico.
Três missões mudavam os planos da noite: 1. Não privar o público dos shows das super bandas; 2. Operar no limite da resistência dos equipamentos, sem danificá-los mais, ao ponto de queimarmos todo o sistema; 3. Conseguir dar condições operacionais, mínimas para o engenheiro trabalhar.

Os shows aconteceram com um atraso razoável, porque foram duas horas para que todo o sistema de alimentação das caixas fosse revisto e religado, e para que pudéssemos equilibrar as bandas sonoras do PA.
Preciso explicar como é importante termos amigos? Talentosos, então, é sorte divina.


Começamos com Vulgaris. Queríamos ir com calma. Calibrar a mesa com pouca demanda. E o trio do Vulgaris era importante para que tivéssemos noção do tamanho do problema e se o estaríamos resolvendo da melhor forma possível.

Sob controle técnico, pudemos ouvir a projeção de designers de som que ampliavam a guitarra da banda e organizavam a harmonia sonora do palco.
As letras estavam nítidas, a voz chegava.
A bateria ficou atras e foi microfonada em over e bumbo. E só.
E o som do Vulgaris crescia, ficando cada vez mais delicioso de se ouvir.
Em seguida, o desafio maior da noite: Julgamento.
Não só pelo número de integrantes em palco e equipamentos, instrumentos, mas pelo peso da banda. Aquele palco lotado não era "enfeite cenográfico". Tudo deveria ser ouvido, cada um dos vocalistas, cada uma das pick ups e todo o conjunto junto.

Nuns momentos fui pra zoeira do palco, sentir o que a banda ouvia lá dentro. O "pau quebrando" e a massa sonora interna era, simplesmente inaudível. Momento certo do tempero de palco e PA. Nada lá dentro, tudo lá fora. O show era pra platéia ouvir.
Uma das solicitações que fiz ao Dudu, antes de chegarmos ao Matriz, foi a de conseguir, enfim, ouvir as pick ups. Hora ou outra, ele me olhava e perguntava de sacanagem: "E agora, você tá ouvindo pick up?"
Eu e todo mundo que tava lá descobriu o segredo da riscada da agulha. Como tocar juntos DJ e batera e parecerem um a extensão percussiva do outro. Mais que isso, conseguir regular niveladamente duas pick ups e um laptop, proporcionando às três saídas, regulagens exatas sem perda de volume ou enfraquecimento da freqüencia.
A banda começava a relaxar... tecnicamente, estava tudo perfeito para o Julgamento estar em cena. Era o disco dos caras tocando pra gente? Não, era ao vivo.
Que presente pros ouvidos...
Que lavada na alma...
Encerrava a noite a banda Soprones, do Danilão, Andrey, Clayton e Ricardo. A viagem teria baqueado qualquer banda, mas os caras se mantinham firmes, para além do cansaço da viagem de MoC pra cá. Era tesão de tocar em BH.
Lá em MoC, no 1º Festival Catrumano de Música Indepentente, no Garage Rock Bar, você está ao ar livre, vê estrelas, dá uma esticada no tímpano fugindo um pouco pra rua... No Matriz, não rola.
A banda passou tudo em 5 minutos e abrimos a cortina. Na platéia, a galera independente de BH. As bandas todas lá. Tava bom de ficar até o final. Ouvir todo mundo porque, hoje, quem sobe no palco do Projeto Matriz, tem mais que talento, tem bagagem musical. E artista que é artista, sabe o que é respeitável e respeita.

Soprones passou por aqui e deixou seu hardcore crossover com a gente. E firmou nosso respeito pelo som que vem de MoC.
Dando uma breve passada pelo mês, destacamos cada banda que subiu ao palco do Matriz pelo nosso projeto.

HOTEL TOFU
Abrindo o mês de maio, já prenunciaram a diversidade musical que o mês reservava pra gente.
Artistas talentosos e curiosos que nos apresentaram possibilidades outras de se fazer música sem guitarra, sem bateria.

SIMPLES
Sim, sim, nós também conhecemos os irmãos "Pertence" da banda Cuatro. Não conseguem se ver longe da música...
Enquanto muitos de nós achamos difícil mantermos nossas bandas, os caras estão em duas - lição...

OS 4 VENTOS
E o Edmundo me fala durante o show: "Cada show deles, eles estão ainda melhores..." Ou será que é melhor sempre ver mais shows deles?

SOTURNOS
Góticos por estilo sonoro e cultural. Não estavam lá pra mais um show, mas pra se reunir à turma independente.

JUNKBOX
Um dos melhores shows da banda no Matriz, em 4 anos. A música foi ouvida e a mensagem transmitida.

JONAS
Debutou a nova formação, aprovadíssima por todos. Estão mais que prontos pro futuro.


AS GRANDES BANDAS DE JUNHO

Vamos apresentá-los, agora a programação do mês de junho.
A cada novo mês, conhecemos mais quatro dúzias de gente bacana e de talento. Sorte de todos nós.

Um comentário:

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